Do Desastre ao Triunfo

variação, ondulação e vibração.

domingo, abril 10, 2011

Metrópolis

Assistir a versão restaurada de “Metrópolis” no Teatro Municipal, com o acompanhamento da Orquestra Sinfônica, foi uma experiência estética emocionante. Não apenas pelo evento em si, no qual a música quase assume o protagonismo. Mas também por me reviver a memória de um dos primeiros filmes vistos na minha cinefilia e comparar com esta nova versão, com cenas adicionais e que até então estavam perdidas. Pai das ficções científicas que tanto nos impressionam hoje, “Metrópolis” não é por acaso uma das obras mais importantes e influentes da sétima arte. A criatividade de Fritz Lang, junto à sua habilidade em arquitetura, cria um riquíssimo universo futurista com variedade de detalhes e impressionantes acabamentos. Carros voadores, robôs, arranha-céus e máquinas de produção nunca antes vistas. Elementos de um futuro que no presente é visto com bastante pessimismo. Provavelmente, Lang está inaugurando no cinema a distopia - genêro que descreve o futuro como o pior dos mundos. Para sustentar a magnificência da Metropólis, muito trabalho seriado e extensivo que transforma os operários em verdadeiros zumbis - e não se trata de expressionismo? A exaustão do trabalhador é puro terror físico. O conflito de classe não demora para surgir e é a partir desse ponto que o filme mostra sua fragilidade e deve sair do pedestal icônico. Reclamo tanto do filme de aventura que se torna na sua segunda metade, como da posição política algo reacionária que defende. Reclamo em partes, porque, ao menos, Lang mantém o belo simbolismo cristão e as cenas surrealistas macabras (quem não teve pesadelos com as caveiras representando os pecados capitais?). E, sobre a questão ideológica, ao menos não deixa de ser uma previsão para nós brasileiros vermos personagens parecidos com Lula e Michel Temer enfim se tornarem aliados.

“Metrópolis” (Friz Lang, Alemanha, 1927). 8/10

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1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Caro Rudá Lemos,

faço a assessoria de imprensa do filme "Do jazz ao samba", que inovou na forma de captar recursos para viabilizar o projeto. Abaixo segue a notinha sobre o assunto. Fique à vontade para utilizá-la no blog ou entre em contato para fazer uma entrevista exclusiva com o diretor.

A dificuldade de captar recursos que assola o cinema brasileiro fez o estreante diretor Bruno Veiga Neto buscar apoio popular para lançar o documentário "Do Jazz ao samba", que conta com entrevistas com Norah Jones, Will.I.Am, Elza Soares e vários críticos ilustres como Miele e Tárik de Souza. O filme fala sobre a interação de ritmos em vários países e o trailer está no site http://tinyurl.com/dojazz, onde internautas e empresas podem doar entre R$ 50 e R$ 75 mil em troca de benefícios como ter o próprio nome como patrocinador oficial. Se até o dia 5/6 as doações não atingirem o total de R$ 40 mil, o valor sequer é debitado da conta dos voluntários.

2:24 PM  

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