Do Desastre ao Triunfo

variação, ondulação e vibração.

quarta-feira, julho 27, 2011

Textos curtíssimos - Cópia Fiel, Lola, The Wall, Meia-noite, Darkness, Bom Trabalho e Todos os Outros

Saia de mim diabinho que diz "o filme não é tudo isso. Alguns diálogos são forçados. É um Kiarostami amaciado. Filme de encomenda". Estamos diante de um exercício de estilo que junta forma e conteúdo para criar um verdadeiro mindfuck no espectador. Um dia revejo.

"Cópia fiel" (Copie conforme, Abbas Kiarostami, França, 2010). 7/10

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Câmera inquieta em defesa das velinhas contra o rigoroso mundo burocrático - o único vilão de um filme em que os bandidos estão ancorados nas diretrizes do direitos humanos.

"Lola" (Brillante Mendoza, Filipinas, 2009). 7/10


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Frustante o suficiente para me fazer rever a apreciação de um dos meus discos favoritos. Aqui, o rock opera nunca foi soou tão esquizofrênico e caricato.

"Pink Floyd: The Wall" (Alan Parker, Inglaterra, 1982). 3,5/10


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É quase uma crítica extra-filme, mas em se tratando de Woody acho que vale: aqui ele não engana ninguém, mesmo com sua cruzada contra o romantismo saudosista, sabemos melhor que ninguém que é ele um dos que mais reclamam dos novos tempos. Apesar da morbidez, daremos o braço a torcer: a Era do Ouro é mesmo tentadora e mágica, e além disso a intelectualidade (por legitimada) não era tão depreciada!

"Meia-noite em Paris" (Midnight in Paris, Woody Allen, 2011). 6,5/10

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E minha iniciação com o Svankmajer foi com o filme que mostra o homem sendo formado do barro; homem esse que depois de feito apaga o "e fez-se a luz"... insira você um simbolismo para isso. Além desse fato, não tem só barro: língua e cerébro; pura carne vermelha. Melhor trabalho de sonoplastia de todos os tempos? 
(E são só 6 minutos de obra-prima, veja aqui)

"Darkness/Light/Darkness" (Tma/Svetlo/Tma, Jan Svankmajer, Checoslováquia, 1990). 8,5/10

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Cinema físico por excelência, mas que deixa lá a marca impressa da metafísica: o homem procurando se achar, mas perdido nas imensidões da natureza e de dois elementos ainda mais extensos: a existência humana e o desafio do encontro/contato.

"Bom trabalho" (Beau travail, Claire Denis, França, 2000). 8,5/10


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Não se constrinja em entrar em tal grau de intimidade com um casal a ponto de explodir, como qualquer outro. A climática contenção emocional do cinema contemporâneo ajuda.

"Todos os outros" (Alle Anderen, Maren Ade, Alemanha, 2009). 6,5/10

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