Do Desastre ao Triunfo

variação, ondulação e vibração.

domingo, março 11, 2007

Pequenas considerações sobre o Oscar

Bom. O próprio Scorsese deve ser o primeiro a saber que seu prêmio é exagerado, impróprio e de certo modo, uma espécie de provocação. Mais que nada porque nesse ano estrearam uma porrada de filmes muito melhores que o seu. Ron Howard, diretor do injustamente massacrado Uma Mente Brilhante e membro, como ele, da geração dos anos setenta (ainda que este apenas como ator), pode agora descansar tranqüilo: já há alguém que pôde fazer pior... e ganhar! Fora isso, era previsível: por isso subiram para entregar-lhe Coppola, Lucas e Spielberg. Para justificar suas presenças, se apresentaram como ganhadores de edições anteriores. Ao que Lucas perguntou: "Então, que faço aqui?". Ha ha. A resposta todos sabiam, restando prever apenas quem ganharia o prêmio de melhor filme (e minha torcida ainda era forte para Cartas de Iwo Jima, o melhor, disparado).

Aqui surpreendeu até Scorsese. Seu filme já tinha feito uma marca no firmamento cinematográfico. Já não lhe recordavam por ser o diretor de Caminhos Perigosos, Taxi Driver, Touro Indomável, Depois das Horas, Os Bons Companheiros, Cassino ou O Aviador... senão por ser o responsável do primeiro remake (medíocre) de um filme de Hong Kong a ganhar o Oscar de melhor filme.

Mas então, veja só, Infiltrados já havia levado dois prêmios a mais: o de montagem que foi para Telma Schoonmaker, habitual dos Oscares e do Scorsese (até demais) e viúva do grande Michale Powell; e William Monahan, que levou o Oscar de melhor roteiro adaptado, no prêmio (junto com Trilha Sonora para Babel) mais injusto da noite.

Não havia nenhuma surpresa destacável em toda noite. Ganhou Helen Mirren por seu papel de Rainha da Inglaterra, meses depois de ter encarnado para tv o papel de Elizabeth I, e vinte cinco anos depois de interpretando Morgana com muito mais paixão que contenção. O momento hilariante da noite, no entanto, estava por vir (e não veio da surpreendentemente apática apresentação de Ellen DeGeneres): é que todas as atrizes desfrutaram de sua correspondente recordação audiovisual com a forma de um pequeno fragmento representativo de seu trabalho nos filmes... com exceção de Penélope Cruz, a que recordaram, sim, em um momento de seu filme certamente constrangedor: o playback da música Volver... Ninguém pode conter a risada.

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